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4/28/09

PEMBA: Madeira apreendida será vendida em hasta pública

(Clique na imagem para ampliar)

A madeira apreendida em finais do ano passado pertença de quatro operadoras do ramo florestal em Cabo Delgado, que pretendiam exportá-la sem o competente processamento imposto por lei, vai ser vendida em hasta pública, segundo confirmou ao nosso Jornal o chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, Castro Rassul, que adiantou que o processo já foi entregue ao juízo das execuções fiscais.

Esta revelação contraria a posição que havia sido tomada pelas Alfândegas, em Pemba, que em despachos separados procedia à entrega dos contentores com a madeira apreendida às empresas prevaricadoras, alegando terem pago a totalidade das multas resultantes da infracção cometida.

“Por despacho de indiciação exarado a 17 de Fevereiro de 2009, pelo Tribunal Aduaneiro, referente ao processo (…) procede-se à entrega dos contentores de madeira à firma, em virtude desta ter pago a totalidade as multas resultantes da infracção cometida” lê-se no termo de entrega, com o mesmo teor, mas dirigido individualmente às empresas supostamente violadoras da lei.

No caso estão envolvidos a King Wey Lda, Moçambique Development, Lda, Pacific International, Lda, Tienhe e a Mofid, Lda, que já se julgadas libertas pela decisão das Alfândegas.

A fonte das Florestas e Fauna Bravia disse que o seu sector, depois que tomou conhecimento da decisão alfandegária optou por interpor recurso ao Tribunal Supremo que repôs a legalidade, para o que o produto seja vendido em hasta pública e o valor daí resultante reverter a favor do Estado.

A apreensão dos contentores de madeira que iam à exportação ilegal, ocorreu em Dezembro passado, quando por decisão da Agricultura, a Pacific International viu abortada a sua tentativa de exportar 18 contentores, dando lugar a que esta também denunciasse a Mofid, Lda, que no mesmo navio transportava 75, igualmente de madeira não serrada e as autoridades descobriram que o mesmo acontecia com as outras empresas.
- Maputo, Terça-Feira, 28 de Abril de 2009:: Notícias.

  • Outros post's que noticiam e denunciam o saque-destruição nas florestas de Cabo Delgado e Moçambique - Aqui!

1/12/09

Cabo Delgado - O saque às florestas continua... (2)

Do Notícias-Maputo de sábado último:

Todas as exportações de madeira, em Cabo Delgado, são ilegais. Quem diz que não? Esta afirmação é contundente demais, para não ser feita por pessoas ligadas a todo o processo que leva a que a madeira, saída dos diferentes pontos de corte, nesta província que ainda se pensa não esteja a ficar desertificada, chegue ao Porto de Pemba, para demandar destinos, quase únicamente asiáticos.

Mas a verdade é que levando esta pergunta (quem diz que não) a pelo menos dois fiscais da Agricultura, um aduaneiro, cinco operadores madeireiros, fica-se com a triste realidade de que, na verdade, as exportações de madeira, nesta província, são feitas não à margem da lei, mas sim, sem o seu cumprimento, sobretudo no que à exportação de toros diz respeito.

As únicas pessoas que respondem ao contrário são aquelas, por razões óbvias, que deveriam zelar pelo cumprimento escrupuloso das normas que o Estado moçambicano instituiu.

Mas quem sabe do negócio de madeira diz que só há denúncias quando as diferentes partes envolvidas na teia de exportação ilegal não se entendem.

Quer dizer, só sabemos da exportação ilegal quando uma das partes se zanga com a outra, por muitas razões, incluindo a divisão desigual ou “injusta” do bolo resultante da jogada ilegal.

É assim, desde o corte, arrasto, transporte, colocação em estância, empacotamento e exportação.

Estes passos todos são dados sob a vigia do sector responsável da Agricultura, através dos seus fiscais ajuramentados, agentes comunitários, autoridades administrativa, policial, aduaneira, marítima ou outros equiparados.

Estamos a dizer, que querendo, nada aconteceria contra a Lei. E é por isso que sempre que um destes se zanga sabemos do que normalmente acontece quando não há desentendimento.

Todas as vezes em que fomos dados a ouvir que uma determinada empresa de exploração florestal ou de exportação de madeira foi encontrada com a “ boca na botija”, é porque as madrastas se zangaram, logo há denúncia, inicialmente anónima, a seguir começa a tomar contornos oficiais, na impossibilidade de ignorar o acontecimento por parte de quem é pago pelo Estado, justamente para evitar que tais atropelos tenham lugar.

O escândalo do fim do ano resume-se no seguinte:

A Agricultura “vê” exportação ilegal de 18 contentores de madeira da empresa Pacífico Internacional.

Manda cancelar a operação, suspende o fiscal que deveria estar atento.

Não “vê” exportação ilegal doutra empresa, a Mofid, Lda. concorrente daquela que, por sinal, havia embarcado, no mesmo navio, 75 contentores, de madeira em toros, e não de madeira mal esquadriada, como no primeiro caso.

Portanto, não viu a carga mais atentadora à lei.

A Pacífico Internacional assume a violação da Lei e diz saber que no mesmo navio já tinham sido embarcados contentores da Mofid, Lda. em piores condições legais.

Há uma reverificação e descobre-se que era verdade.

Aqui quem deu ordens de embargo não foi a Agricultura, mas sim as Alfândegas.

Dois passos em frente, sabe-se que também havia duas empresas com contentores a bordo, nomeadamente, Kings Way e Tienhe, com 6 e 16, respectivamente, a transportar madeira em toros.

Quer dizer: cada empresa exportadora sabia que a outra estava igualmente a violar a Lei.

É assim que sempre fazem, só que a concorrência tinha feito com que a carga da Pacífico Internacional ficasse em terra, para que a Mofid fosse vender à vontade, e quem vem a reclamar é um cliente, na Ásia, que queria saber porquê não receberia madeira em toros se os outros iriam receber, toda vinda de Moçambique, província de Cabo Delgado, a partir do Porto de Pemba.

Deu no que deu!

A Agricultura, como sempre, corre a suspender o fiscal, que tinha a obrigação de assistir ao empacotamento da madeira da Pacífico Internacional, mas no caso da Mofid, Lda. não suspendeu nenhum que, por sinal, é um chefe sénior, que não se sabe como lá foi parar, não tendo nada a ver com a tarefa.

Como a Agricultura, as Alfândegas têm igualmente o seu homem em permanência. Aliás, a última palavra cabe a ela, porque é quem sela o contentor.

Logo, o fiscal da Agricultura, no caso da Pacífico Internacional, soube que ia madeira mal esquadriada.

O chefe sénior que ficou fiscal no caso da Mofid. Lda, também soube que ia madeira em toros.

Nos outros dois casos, “idem” aspas.

Em todos eles é crível que as Alfândegas soubessem que ia madeira em condições legalmente inadmissíveis, se é verdade que é sua obrigação autorizar a exportação só o que é permitido.

Mas já tinha autorizado a exportação! Não fosse a guerra das madrastas…

Ora, não se percebe o teatro que é montado a seguir. As Alfândegas não repreendem ninguém, mas vêm em força para o caso da Mofid. Lda. o que desagradou, de alguma forma, e não se sabe porquê, a Agricultura, esta que tinha vindo em força no caso da Pacífico Internacional...

P.S. Espero que seja mentira que há um documento vindo da “Nação” que obriga a que as autoridades deixem passar os toros. Também gostaria que fosse mentira que o navio, ora no cais do Porto, que chegou na noite de quarta-feira, pretende confundir(?) a carga levando aquela que o “Pacific Diamond” deixou, porque ilegal, usando a capa da empresa Handerson Internacional, subsidiária da Mofid. Espero mesmo!...
- Pedro Nacuo - Maputo, Sábado, 10 de Janeiro de 2009:: Notícias

Acrescento em duas linhas: E assim vai o "negócio" da madeira "saqueada" das florestas de Cabo Delgado... entre "acertos e desacertos" de "madrastas", "compadres" e "afilhados" que se locupletam com a maior "cara-de-pau"...
Até quando ???????

  • Post's anteriores deste blogue sobre desmatamento e meio-ambiente em Cabo Delgado e Moçambique - Aqui e Aqui!

1/09/09

Cabo Delgado - O saque às florestas continua...

O saque continua... Simplesmente lamentável. Até quando a impunidade, corrupção e alheamento das autoridades de Moçambique permitirão tais absurdos? Até quando ?... Claro que os destinos e benefícios auferidos com essa madeira ilegalmente saqueada das florestas de Cabo Delgado-Moçambique são por demais conhecidos. Como o são os "bolsos-recheados" que normalmente se beneficiam de tais saques. O povo (o verdadeiro e maioria) de Moçambique certamente não o é! Pelo contrário...

Quatro empresas multadas por exportação ilegal de madeira.
As autoridades florestais moçambicanas interceptaram mais de 900 mil metros cúbicos de madeiras ilegais para exportação, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, tendo multado quatro empresas, revelou hoje(sexta-feira) o jornal Notícias em Maputo.
As empresas Mofid, Lda., Pacífico Internacional, Kings Way e Thienhe preparavam-se para exportar 958,779 metros cúbicos de madeira em toros com dimensões legalmente proibidas já depois de os contentores terem sido revistados e terem obtido licença de exportação quando foram detectadas.

Segundo Castro Rassul, chefe dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, que multou as empresas em 183 mil meticais (cerca de 26 mil euros), só a Mofid se preparava para enviar fraudulentamente para fora do país 519 metros cúbicos de madeira.

A infracção vai custar à empresa 439 mil meticais (14.600 euros), enquanto a Thienhe vai ter que pagar 159 mil meticais (5.300 euros) e à Pacífico Internacional foi aplicada uma multa de 131 mil meticais (4.300 euros). A Kings Way foi multada em 53.900 meticais (1.700 euros).

As empresas têm agora 15 dias para pagar as multas, consideradas insuficientes pelos restantes madeireiros da província que lembram tratar-se de empresas reincidentes neste tipo de práticas.

O jornal Notícias dá ainda conta da "estranheza" dos exploradores florestais da província de Cabo Delgado por a exploração ilegal de madeiras ser detectada apenas quando o produto já está no porto para ser expedido, considerando que contribui "para a má fama junto dos armadores e o consequente agravamento dos fretes".

Por isso, apelam às autoridades para que façam uma "investigação profunda" ao fenómeno, que dizem "manchar" não só os envolvidos, mas também toda a província, operadores e o próprio governo provincial.
- Angola Press/Notícias, 09/01/2009.
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10/02/08

Moçambique - Cabo Delgado: Empresas chinesas pilham madeira...

Empresas chinesas pilham madeira em Moçambique!
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Cinquenta e dois contentores com 900 metros cúbicos de madeira que ia ser ilegalmente exportada para a China foram apreendidos esta semana, na província moçambicana de Cabo Delgado.

Maputo - Cinquenta e dois contentores com 900 metros cúbicos de madeira que ia ser ilegalmente exportada para a China foram apreendidos esta semana, na província moçambicana de Cabo Delgado (norte), anunciou hoje a Autoridade Tributária. Em comunicado, a Autoridade Tributária de Moçambique, que inclui o serviço aduaneiro, indica que a madeira é do tipo pau-ferro, uma espécie rara no país, e seria exportada em toros e sem ser processada, quando foi confiscada no porto do município da Mocímboa da Praia.

"Por se tratar de tentativa de exportação ilegal de madeira, o processo está neste momento a seguir os trâmites legais na Delegação Aduaneira de Mocímboa da Praia", refere a nota de imprensa da Autoridade Tributária de Moçambique.

A lei moçambicana proíbe a exportação de madeira em toro não processada, recorda a Autoridade Tributária, que adianta que a mercadoria apreendia pertence a uma firma denominada TM Internacional.

O abate clandestino e indiscriminado de madeira em Moçambique levado a cabo por empresas chinesas tem sido recorrentemente noticiado pela imprensa local e apontado por organizações ambientais como uma das principais causas da desflorestação no país (calcula-se que sejam perdidos anualmente 219 mil hectares de floresta em Moçambique).

Nos principais portos do país têm também sido apreendidas com regularidade quantidades significativas de madeira em toros (que, por não ser processada localmente, não traz qualquer benefício para a indústria local ou para a população), abatida ilegalmente por empresas chinesas. Em Janeiro do ano passado, 47 contentores com madeira em toros de uma empresa chinesa designada MOFID foram também apreendidos pelas autoridades na província de Cabo Delgado. Mais tarde, em Outubro, as autoridades da província de Nampula (norte) anunciaram a apreensão de 531 contentores com 11 mil metros cúbicos de madeira avaliados em 3,5 milhões de euros, que iam ser ilegalmente exportados para a China. Em Janeiro deste ano, sete camiões com cerca de 70 toneladas de madeira pau-preto foram confiscados na província de Nampula quando se dirigiam ao Porto de Nacala, de onde a mercadoria seria exportada para China. Na província da Zambézia (centro), dois funcionários da Direcção da Agricultura local foram detidos em Julho deste ano, por alegado envolvimento num esquema de exportação ilegal de 30 contentores de madeira, em 2007.

O Governo moçambicano estima em 30 milhões de dólares anuais as receitas provenientes da exportação de madeira .
- África21 Digital - 02/10/08 - Download da matéria em PDF

9/29/08

Ecos da imprensa do Brasil - Área desmatada da Amazônia dobrou em Agosto...

Lamentável e para que conste: O desmatamento irresponsável e criminoso da Amazônia continua, segundo "O Estadão" (Jornal diário de São Paulo-Brasil) de hoje:

Área desmatada da Amazônia mais que dobrou em agosto.
Desmatamento somou 756 quilômetros quadrados, uma área maior que o território de Cingapura.

REUTERS - SÃO PAULO, 29/Set/08 - O desmatamento da Amazônia mais que dobrou em agosto na comparação com o mês anterior, somando 756 quilômetros quadrados, área maior que o território de Cingapura, por exemplo, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira, 29. No acumulado de 2008, a área de floresta perdida soma 5.681 quilômetros quadrados, de acordo com o instituto. Cingapura tem área total de 641 quilômetros quadrados.

Em agosto, o Pará foi mais uma vez o Estado com maior índice de desmatamento da Amazônia, destruindo 435,3 quilômetros quadrados de floresta, seguido pelo Mato Grosso, com 229,2 quilômetros quadrados devastados. O Inpe informou que 74% da Amazônia pôde ser vista por satélite, porém o Estado do Amapá ficou praticamente todo encoberto por nuvens (99 por cento), e em Roraima 77% do território não pode ser visto. Quando comparado ao desmatamento registrado em agosto de 2007, o aumento da destruição da floresta foi de 230 quilômetros quadrados. Nos 12 meses de agosto de 2007 até o mês passado, a Amazônia perdeu 8.673 quilômetros quadrados, informou o Inpe. Só em abril de 2008, 1.124 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados. Recentemente, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comemorou a queda do desmatamento em julho, quando o desmate atingiu 324 quilômetros quadrados. Na época, o ministro atribuiu a queda ao aumento da fiscalização e a acordos fechados entre o ministério e setores do agronegócio. Na semana passada Minc anunciou que vai divulgar os nomes dos 100 maiores devastadores da floresta.
- Reportagem de Eduardo Simões, O Estado de São Paulo, 29/Set/2008.

Leia também do Jornal "O Estado de São Paulo":

Leia neste blogue:

  • Amazônia brasileira: Em dois meses desmatamento igual a duas cidades do Rio de Janeiro - Aqui!
  • Brasil: O desmatamento da Amazônia assusta! - Aqui!
  • A Amazônia, os biocombustíveis e o meio ambiente. - Aqui!
  • Diversificando: Aquecimento global e a irresponsabilidade do ser humano. - Aqui!
  • Planeta Terra... - Aqui!
  • Diversificando: Amazônia para sempre... - Aqui!

8/30/08

Benefícios ambientais do biodiesel são questionados por cientista brasileiro.

(Imagem original daqui)
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Ainda é precipitado afirmar que o biodiesel é um combustível mais limpo que o petrodiesel (diesel combustível).
"Nas condições brasileiras, o biodiesel é considerado menos poluente em alguns aspectos, e em outros mais. O metanol utilizado como reagente para sua produção pode ser um problema, pois utiliza o gás natural como matéria-prima, que é um combustível não-renovável", revela o engenheiro químico André Moreira de Camargo. Na Escola Politécnica da USP, o engenheiro fez um inventário do ciclo de vida do metanol, álcool usado como reagente no processo de produção do biodiesel.
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Avaliação do ciclo de vida do biodiesel.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta de gestão ambiental utilizada para determinar o impacto de determinado produto ou processo. A metodologia permite mapear o produto "do berço até o túmulo", calculando todo gasto de energia e poluição gerada desde a extração e processamento, passando pelo seu transporte, uso e destino final.
O estudo de Camargo é o primeiro a fazer esta análise sobre o ciclo de vida do metanol considerando as condições brasileiras. "Para realizar a ACV é necessário se ater às condições específicas do local onde o produto é feito, transportado e utilizado. No Brasil, por exemplo, a malha de transporte é basicamente rodoviária, então isto tem de ser levado em consideração nos cálculos de energia gasta e na poluição gerada quando utilizamos este meio de transporte", esclarece o pesquisador.
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Metanol versus etanol.
O inventário feito pelo pesquisador representa um primeiro passo para esclarecer esses pontos, mas ele ressalta que ainda é preciso fazer uma comparação do metanol com o mesmo tipo de estudo sobre o ciclo de vida do etanol nas condições apresentadas no Brasil, já que estudos feitos em outros países não traduzem corretamente a carga ambiental do combustível: matriz energética, condições de extração e transporte e a própria matéria-prima do etanol podem variar.
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Aprimoramento dos estudos.
Além disso, mesmo o ACV do metanol pode ser aperfeiçoado, modificando-se e ampliando-se o escopo contemplado nos cálculos. "O escopo corresponde aos fatores levados em consideração nos cálculos. Ele varia conforme o objetivo do estudo e as hipóteses consideradas pelo pesquisador, que deve utilizar seu bom senso. Devo avaliar se é importante incluir o impacto ambiental da produção do parafuso usado no equipamento de extração do gás, por exemplo, sempre lembrando que quanto mais extenso for este escopo, mais complexa ficará a ACV, e mais tempo levará para ser feita", explica.
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Gestão ambiental.
Avaliação do Ciclo de Vida é regulamentada por uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABTN) com o número NBR14040, derivada do ISO 1400, que especifica normas e metodologias de gestão ambiental. Apesar de a base de dados de ACV no Brasil ainda ser pequena, a tendência é que iniciativa privada e governo adotem cada vez mais esta metodologia, como têm feito algumas empresas. No âmbito da universidade, equipes como o Grupo de Prevenção da Poluição (GP2) da Poli estão se propondo a expandir esta base.
"A ACV é uma ferramenta que permite comparar produtos e serviços do ponto de vista ambiental, e estes estudos sempre podem ser ampliados e aperfeiçoados. Além disso, ela permite que se identifiquem os chamados 'gargalos de processos', indicando o que é preciso mudar para diminuir o impacto ambiental, seja com investimento em novas tecnologias ou mudanças na fonte energética usada", destaca o engenheiro.
- Luiza Caires, 28/08/2008, In Inovação Tecnológica.
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Sobre Biocombustiveis:

7/17/08

Amazônia brasileira - Em 2 meses, desmatamento igual a 2 cidades do Rio.

(Clique na imagem para ampliar. Imagem original daqui.)
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Preocupante:
Josias de Souza, 45, é colunista da Folha de S.Paulo e redige o blogue "Nos bastidores do Poder".
Publicou hà pouco:
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O Inpe divulgou nesta terça (15) os números do desmatamento referentes ao mês de maio. Foi abaixo mais 1.096 km2 de floresta amazônica.
Trata-se de área ligeiramente menor do que a registrada no mês de abril: 1.123 Km2. Ainda assim, equivale a um território semelhante ao da cidade do Rio de Janeiro.
Ou seja, em escassos dois meses, a Amazônia perdeu em cobertura florestal o equivalente a duas cidades do Rio. Um acinte.
O Estado de Mato Grosso continua sendo o campeão do desmatamento: 646 km2. A seguir vem, como de hábito, o Pará: 262 km2.
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PS.: ilustração via blog do Guto Cassiano.
- "Nos Bastidores do Poder", 15/07/08 18h44

6/30/08

Ronda pela imprensa moçambicana: Burocracia oficial apodrece madeira apreendida em situação ilegal...



Apreendida em situação ilegal, madeira apodrece - Reconhece Raimundo Cossa director Nacional de Terras e Florestas avançando que Isso deve-se a lentidão na tomada de decisão por parte das instituições encarregues a este trabalho.


(Maputo) O director nacional de Terras e Florestas, Raimundo Cossa, reconhece que grandes quantidades de madeira apreendida em situação ilegal no pais acaba apodrecendo devido a demora na tomade de decisão por pertedas instituições encarregues por este trabalho, facto aliado as deploráveis condições de armazenamento.

Estima-se que a madeira produzida ilegalmente no Pais representa entre 10 a 15 por cento daquela que é explorada em situação legal.

Este fenómeno origina a perca de grandes somas monetárias, segundo Cossa e explicando que a lei estabeleceo prazo de 15 dias, contados a partir da data da apreensão, para o acusado apresentar justificativos. Expirado este tempo, o produto reverte a favor do Estado e consequentemente accionado o mecanismo para sua venda em hasta pública. Depois da reversão, o processo é remetido as finanças, orgão encarregue pela gestão das vendas em hasta pública dos bens apreendidos em situação ilegal a favor do Estado, sendo nestas instituições que existem problemas de demora.

A nivel de todo o territorio nacional, “onde temos madeira apreendida, o processo de venda é lento” e com as condições deploráveis de armazenamento o produto acaba perdendo a qualidade e apodrece.

Entretato, a reclassificação das espécies de madeira, com destaque para as de primeira classe, para promover o processamento local e a exportação de produtos com maior valor acrescentado, aliada ao surgimento e/ou reactivação de algumas industrias de transformação, contribuiu para o crescimento do sector madeireiro em 2007.

As exportações de produtos florestais em 2007 situaram-se em pouco mais de 87 mil metros cúbicos, com a madeira em toros a liderar a lista ao exportar 56 mil metros cúbicos, seguida de madeira serrada (31 mil metros cubicos), parquet (234 metros quadrados), folheado (27.064 metros quadrados) e travessas (100 metros cúbicos). Esta evolução deveu-se a reclassificação das espécies Mondzo, Pau Ferro, Muaga e Chanato, que ascenderam a primeira classe, cujas espécies estão interditas a exportação em toros. As espécies em referência, segundo fonte da Direcção Nacional de Terras e Florestas, em 2006 forma bastante procuradas pelo mercado chinês.

Mercê desta medida, em 2007, as exportações de madeira em toros reduziram cerca de metade em relação a igual periodo anterior e, em contrapartida, a madeira serrada e travessas incrementaram suas exportações em dois e doze por cento, respectivamente. Dos cerca de 57 mil metros cúbicos de madeira em toros exportados, as espécies Pau Ferro, Mondzo e Muaga foram as que registaram maior contribuição, representando cerca de 27, 24 e 15 por cento do volume total, respectivamente.

Segundo a Direcção Nacional de Terras e Florestas, a produção total de madeira em toros registada em 2007 foi de128 mil metros cúbicos, de um total de 197 mil metros cúbicos licenciados.

As Provincias de Sofala (35 por cento), Cabo Delgado (19 por cento) e Zambézia (12 por cento) foram as que se destacaram.

O volume de madeira em toros explorado e transportado representou cerca de 65 por cento do licenciado e os restante 35 por cento corresponderam ao volume inscrito que não foi explorado ou não transportado pelos operadores devido a dificuldade diversas.

Contribuiram para isso as chuvas e/ou inundações, problemas de organização e a fraca capacidade de exploração por parte dos operadores.

Na área industrial, foram processados cerca de 50 mil metros cúbicos de madeira serrada, 2.300 de parquet, 1200 de travessas e 28 mil metros quadrados de folheado. Neste processo, as provincias de Manica e Cabo Delgado, ambas com cerca de 12 metros cubicos cada e Maputo com 10 ocuparam as posicões cimeiras.

Estes indices representam um crescimento de 38 por cento em relação à produção alcançada em igual periodo anterior (2006).

Maputo, Diário de Notícias, Sexta-feira 27 de Junho de 2008 – Edição nº1169

6/03/08

Ecos da imprensa moçambicana - APREENSÃO DE MADEIRA ILEGALMENTE EXPLORADA EM MELUCO.

Pelo que lemos no "Vertical" de hoje, é notório que em Moçambique e específicamente em Cabo Delgado também se trava uma luta quase inglória e de "resistência" para combater os "assassinos da floresta".
Transcrevo:
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No dia 28 de Maio de 2008, ao abrigo de um evento organizado pela delegação do MISA da província de Cabo Delgado, tivemos a oportunidade de acompanhar um grupo de jornalistas ao distrito de Meluco, sito nesta província, para cobrir um caso de exploração ilegal de recursos florestais, que culminou na apreensão de dois camiões carregados de toros de madeira pau-preto, no posto administrativo de Muaguide, na noite de 26 para 27 de Março de 2008, pelos fiscais do Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas, com apoio da Polícia da República de Moçambique afecta a este distrito.
Muito resumidamente, a reportagem decorreu na sede do Distrito de Meluco (onde foram entrevistados o Director Distrital de Actividades Económicas, bem como alguns fiscais do turismo e da agricultura envolvidos na operação de apreensão da madeira), na sede do posto administrativo de Muaguide (local da apreensão da madeira, tendo sido entrevistada a respectiva chefe do posto), em Montepuez (donde era proveniente o infractor, que foi igualmente entrevistado, sendo nesta cidade onde foram alugados os dois camiões) e, finalmente, na cidade de Pemba (onde se procurou, sem sucesso, ouvir o substituto do Director Provincial da Agricultura).
Em termos resumidos, o infractor, de nome Fernando Elias, proveniente de Montepuez, recorreu ao aluguer de dois camiões, a um cidadão de nome Juma Combola, para transportar madeira da espécie pau preto adquirida na aldeia de Namitie, junto a Meluco sede, em plena zona tampão do Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas. O infractor utilizou o período da noite, de modo a se aproveitar de uma eventual fragilidade no corpo de fiscalização, fazendo passar os dois camiões a alta velocidade na sede do Distrito, facto que alertou de imediato as autoridades locais, as quais ordenaram de imediato a perseguição das viaturas.
Os camiões vieram a ser interceptados em Muaguide, após uma tentativa inicial de não acatar a ordem de paragem, onde a jovem fiscal Zaina Bandi, afecta ao Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas, levantou o auto de notícia, traduzido na aplicação ao infractor de uma multa de 80 000,00 Meticais.
No entanto, a equipa de reportagem constatou que os camiões foram libertos às primeiras horas do dia 27 de Março, depois de descarregar a madeira pau-preto junto à sede do posto administrativo de Muaguide, onde ainda hoje pode ser vista.
Estranhamente, não foi respeitado o disposto no n.º 5 do artigo 37. º da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei n.º 10/99, de 7 de Julho), segundo o qual "é obrigatória a apreensão, pelos fiscais de florestas e fauna bravia, dos produtos florestais e faunísticos e dos instrumentos utilizados na prática da infracção".
Sabe-se ainda que a multa não foi paga até ao presente momento.
Segundo informações obtidas juntos dos fiscais, a ordem foi emitida pelo Director Distrital de actividades Económicas de Meluco, Sr. Faustino Alberto.
Em entrevista ao próprio, este alegou que "o receio é termos os camiões à nossa responsabilidade e alguém tirar os pneus".
A equipa de reportagem constatou ainda, por trás da Direcção Distrital de Actividades Económicas, a existência de 40 toros de madeira pau-ferro, apreendidas ao mesmo cidadão Fernando Elias, num caso que remonta ano de 2006, o que torna o mesmo em reincidente, e, portanto, sujeito a eventuais sanções acessórias mais gravosas, nos termos do artigo 44.° da Lei de Florestas e Fauna Bravia.
Para além deste caso, constamos ainda a ocorrência de uma outra infracção, desta vez no passado dia 24 de Abril, quando um camião alugado, de marca Mercedes Benz, ostentando a chapa de matrícula MLX 20 - 16, carregado de barrotes e tábuas de três espécies florestais -metonha, chanfuta e umbila, foi interceptado, por volta das 22 horas, no posto administrativo de Muaguide, pelos fiscais do Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas.
O camião foi alugado por um empresário de Pemba, unicamente referido como Sr. Sábado, a a organização não governamental de nome UMOCAZ, para transportar produtos florestais adquiridos a comunidades locais no distrito de Meluco. Todo o processo foi feito sem obedecer ao disposto na legislação de florestas e fauna bravia. Desta vez, o camião foi apreendido como mecanismo para pressionar o pagamento da multa aplicada, ainda que, com enorme prejuízo para a referida organização, que invoca não ter nenhum tipo de envolvimento no cometimento da
infracção.
Da leitura destes factos podemos extrair as seguintes ilações:
O corpo de fiscalização actua unicamente após o dano ter sido cometido na floresta, com impactos irreversíveis no equilíbrio ecológico;
O sistema de sanções baseado fundamentalmente na aplicação de multas nem sempre tem-se revelado adequado e satisfatório, tendo presente, por um lado, o facto de muitas vezes estas não serem pagas, e, por outro lado, não visarem a reparação dos danos ambientais.
Aliás, verifica-se a falta de uma sanção direccionada efectivamente para a restauração ou compensação ecológica dos danos causados na floresta;
O Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas tem vindo a ser alvo de uma pressão intensa por parte de operadores florestais ilegais, indiciando quem fora dos seus limites, já possa estar a rarear as espécies florestais com valor comercial. Colhemos um dado referente ao aumento de operadores florestais de Cabo Delgado que passou a exercer a sua actividade na província do Niassa.
Os nossos parabéns ao fiscais a trabalhar no distrito de Meluco por, não obstante as inúmeras dificuldades quanto a condições de trabalho, tendo presentes ainda os constantes riscos e ameaças a que estão sujeitos, conforme nos foi reportado pelos próprios.
Entretanto, a título de informação, vai realizar-se, nos dias 2 a 3 de Junho, na vila da Namaacha, a III Reunião da Direcção Nacional de Terras e Florestas, que esperamos vir a produzir resultados para muitos dos problemas que enfermam o sector florestal.
Tendo tido acesso à respectiva agenda, ficámos a saber que serão abordados diversos temas importantes, com especial destaque para a apresentação do Relatório Anual de Terras e Florestas - 2007, para os constrangimentos e lições na Implementação do Diploma Ministerial sobre os mecanismos e utilização dos 20% destinados às comunidades locais e para os mecanismos de distribuição dos 50% das Multas aos Fiscais.
Logo a seguir, nos dias 4 a 6 de Junho, no mesmo local, terá lugar o Fórum Nacional de Florestas e Fauna Bravia, para o qual o movimento Amigos da Floresta foi convidado, e em que vão ser abordados temas bastante diversificados com enorme importância para a sustentabilidade florestal. Faremos cobertura deste evento oportunamente.
Protegendo as florestas, construindo o desenvolvimento sustentável...
*Carlos Serra (Amigos da Floresta) - Vertical de 03/06/2008

4/12/08

Moçambique e os biocombustíveis da moda...

(Imagem original encontrada na net)
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Alerta para biocombustíveis em Moçambique do economista Cardoso Muendane, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM): Alimentação da população poderá ser posta em causa !
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O investimento para a produção de biocombustíveis em Moçambique poderá colocar em causa a alimentação no país, alertou o economista Cardoso Muendane, apelando ao Governo para agir com «muito cuidado».
Cardoso Muendane advertiu para «os riscos» na produção de biocombustíveis em Moçambique, uma forte aposta do Presidente Armando Guebuza.
«Fala-se muito em Moçambique dos biocombustíveis, neste momento de alta de preços de petróleo, como se não houvesse problemas nessa solução. O Governo terá de ter muito cuidado na forma de gerir a atracção de investimentos para a área dos biocombustíveis», afirmou o economista, docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Segundo refere a agência Lusa, citada pelo semanário Sol, o perigo prende-se com a redução de bens alimentares e a consequente insegurança alimentar, porque a prioridade dos produtores passará a incidir mais sobre os biocombustíveis e menos nas culturas alimentares, alertou Cardoso Muendane. No âmbito desta aposta, também «o preço da alimentação vai subir drasticamente, tornando-se inacessível para a já depauperada população moçambicana», sublinhou. - 2008-04-10 17:17:43 - Fábrica de Conteúdos.
  • CPLP/Economistas: Governo de Moçambique aconselhado a ter "muito cuidado" na opção por bio-combustíveis (RTP-Notícias-12/04/08) - Aqui !
  • Alguns post´s anteriores sobre "biocombustíveis" - Aqui !

4/09/08

Meio ambiente - Brasil e Indonésia lideram ranking de desmatamento.

O relatório Global Monitoring Report, realizado pelo Banco Mundial (Bird) e divulgado nesta terça-feira, afirma que a maior parte do desmatamento mundial vem se dando no Brasil e na Indonésia.
Um ranking publicado no relatório afirma que, entre 2000 e 2005, o Brasil teria desmatado um total de 31 mil quilômetros quadrados de sua área florestal, seguido pela Indonésia, que desmatou 18,7 mil quilômetros quadrados, e o Sudão, que derrubou 5,9 mil quilômetros de sua área florestal.
O desmatamento nos dois países com as maiores regiões de floresta no mundo vem ocorrendo, predominantemente, devido à transformação de suas áreas florestais em terras agrícolas.
Segundo o documento, o desmatamento no Brasil tem sido movido pela demanda por carne, soja e madeira.
Na Indonésia, ele tem sido estimulado pela demanda por madeira e por terras para o cultivo de palmeiras que fornecem óleo.
Nos dois países, afirma o Bird, o desmatamento tem sido causado "tanto por grandes interesses corporativos como pelo de pequenos proprietários".
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Transformação
No Brasil, o relatório afirma que o índice de hectares desmatados foi de 2,7 milhões, entre 1990 e 2000, mas que ele passou para 3,1 milhões de hectares entre 2000 e 2005. Na Indonésia, ao contrário, os índices permaneceram inalterados no mesmo período.
O estudo do Bird afirma que áreas florestais do tamanho de países como Serra Leoa ou Panamá são perdidas anualmente devido a sua transformação em terras agrícolas. As regiões mais afetadas têm sido a América Latina e Caribe e a África Subsaariana.
O documento afirma que problemas de saúde causados por fatores ambientais são responsáveis por 80% das doenças, entre elas malária, diarréia e doenças respiratórias em todo mundo.
O relatório afirma que a maior parte dos países não conseguirá cumprir as chamadas Metas do Milênio até 2015.
As oito metas foram fixadas em 2000 por 191 países da ONU. As diferentes nações se comprometeram a implementar até 2015 medidas como pôr fim à fome e a miséria, fornecer educação básica e de qualidade para todos, reduzir a mortalidade infantil, combater a Aids, a malária e outras doenças e promover a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente.
Bruno Garcez da BBC Brasil em Washington - 08 de abril, 2008 - 17h08 GMT (14h08 Brasília).

11/17/07

Diversificando - Aquecimento global e a irresponsabilidade do ser humano.

Está nas manchetes. E aqui enfatizo como advertência:
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G1 da Globo.com - 17/11/2007 - 11h32 - Atualizado em 17/11/2007 - 13h22 Mudanças na Amazônia são aterrorizantes, diz ONU. - Declaração foi feita por secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em evento na Espanha.
Ki-moon defende busca de novas formas de consumo e indústrias não-poluentes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou neste sábado (17) que "tesouros" da Terra estão sendo ameaçados pelas mudanças climáticas, citando a Antártida, as geleiras de Torres del Paine e a Amazônia. “As mudanças nessas regiões são tão aterrorizantes quanto as de filmes de ficção científica. São ainda mais [aterrorizantes] porque são reais”, continuou.
Se nenhuma medida for tomada, diz o relatório, parte da floresta amazônica vai virar cerrado até o fim do século, e o sertão nordestino vai virar um deserto.
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Ki-moon observou que um dos aspectos cruciais do relatório dos cientistas é que a mudança climática afetará muito especialmente os países em desenvolvimento e apontou que o degelo das geleiras provocará inundações nas zonas montanhosas e escassez de água na Ásia meridional e na América do Sul. "A mudança do tempo e das temperaturas pode fazer os países em desenvolvimento retrocederem para o poço da pobreza e desfazer muitos dos progressos", disse o principal responsável da ONU. Ban alertou que a resposta à mudança climática não será eficaz se forem sacrificados outros objetivos, entre eles a erradicação da pobreza. Segundo o relatório divulgado neste sábado, o nível dos oceanos subiu 1,8 milímetro ao ano desde 1961 -- a partir de 1993, o ritmo passou a 3,1 milímetro por ano. As calotas polares e as geleiras, por sua vez, estão derretendo mais rápido, enquanto as tempestades estão mais fortes e mais freqüentes. O documento confirma que as causas são humanas: a emissão de gases que provocam o efeito estufa aumentou 70% desde 1970. A principal fonte é a queima de combustíveis fósseis, mas a agricultura e a pecuária também contribuem. Nas próximas duas décadas, diz o relatório, a temperatura deve continuar subindo em média 0,2 grau por ano. Por isso, os cientistas recomendam mais eficiência no uso da energia pelas indústrias, pelos prédios e casas, além de mais eficiência no consumo feito pelos automóveis. Entre as alternativas que podem ser usadas para diminuir as emissões estão a energia solar e até a nuclear, que é limpa em termos de emissões de gases.
Leia a íntegra do texto aqui.
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Portugal Diário-2007/11/08 17:47 - Subida do mar ameaça costa africana.
70 milhões correm o risco de fome em 2080, como resultado do aquecimento global.
A costa Africana está perante a ameaça cada vez mais real de erosão face à subida do nível do mar, provocada pelas alterações climáticas, segundo afirmou esta quinta-feira o director do Programa ambiental das Nações Unidas, citado pela Reuters.
Achim Steiner, director executivo da UNEP, disse em conferência de imprensa que estruturas portuárias, refinarias e propriedades privadas estão em processo de degradação como resultado do aquecimento global.
«Algumas projecções do Painel Intergovernamental das Alterações Climáticas apontavam que o aquecimento global poderia afectar um terço da costa africana até ao final deste século, porque sabemos que o nível do mar está a subir entre 20 a 60 centímetros», revelou Steiner.
Segundo Steiner, os efeitos do aquecimento global, nomeadamente o degelo dos glaciares, estão a ser analisados pelo painel intergovernamental, associando esta premissa aos riscos causados por mão humana.
Os cientistas acreditam que África irá sofrer mais se o planeta falhar no combate contra o aquecimento global, com partes do continente a deixar de ser habitável ou cultivável.
Em Setembro, o conselheiro científico do governo britânico, David King, afirmou que as alterações climáticas, se não forem monitorizadas, levarão ao pior cenário em África e a inundações ao longo de grande parte da costa.
David King prevê que 70 milhões de africanos correm o risco de fome em 2080, como resultado do aquecimento global.
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Jornal O Estado de São Paulo - sábado, 17 de novembro de 2007, 09:29: 'Amazônia está sufocando', afirma Ban Ki-moon.
Pablo Uchoa - BBC - Enviado especial a Valência (Espanha) - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse neste sábado que a Amazônia esta "sufocando", ao encerrar a reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em Valência. A uma plenária de centenas de representantes de diversos países, o secretário contou o que viu em sua recente viagem a América do Sul, que incluiu a floresta tropical brasileira. "Na Amazônia, vi como a floresta, o 'pulmão da terra' está sufocando. O Brasil está fazendo avanços sérios no combate ao desmatamento e promovendo o gerenciamento sustentável da floresta. Mas o governo teme que o aquecimento global já esteja minando estes esforços", afirmou Ban. "Se a previsão mais forte do grupo (IPCC) se tornar realidade, grande parte da selva amazônica se transformará em savana."
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Leia a íntegra do texto aqui.
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Do arquivo do ForEver PEMBA.

A "conta" virá !... Suportaremos o "preço" ?

11/14/07

Moçambique - Biocombustíveis - Solução ou problema ?

(imagem original daqui)
Segundo relatório da OXFAM transcrito abaixo e originado na BBCBrasil/Folha de São Paulo de 01/11/07, parece-nos, e cada dia mais convictos estamos, que este assunto (que deveria passar por discussão obrigatória aprofundada entre a sociedade dos países envolvidos) não se mostra, ecológicamente falando, tão límpido e desprovido de consequências negativas pesadas como alguns o tentam apregoar. Ótimo será que a preocupação com o futuro do planeta num todo se sobreponha a projetos e interesses políticos regionais de momento:

Corrida por biocombustíveis prejudicará pobres, diz Oxfam
da BBC Brasil

A corrida pelo biocombustível pode prejudicar as pessoas mais pobres do mundo, segundo um relatório da organização não-governamental britânica Oxfam publicado nesta quinta-feira.
A organização pede que a UE (União Européia) seja "flexível" em sua meta de que pelo menos 10% de todos os combustíveis para transportes renováveis seja proveniente de fontes renováveis até 2020, alertando que ela pode prejudicar pequenos produtores em países em desenvolvimento.
Recentemente, em viagem à África, o presidente Luis Inácio Lula da Silva promoveu a produção de biocombustíveis como forma de diminuir a pobreza em países em desenvolvimento.
Em sua meta, a UE afirma que o biocombustível usado no bloco tem que ser produzido de maneira sustentável, mas a Oxfam também quer garantias sociais.
O alerta se une ao de outras organizações que vêm expressando preocupação com os efeitos colaterais da corrida pela adoção de biocombustíveis na Europa.
A Oxfam teme que pequenos produtores acabem perdendo suas terras para grupos industriais na corrida para aumentar a produção de biocombustíveis e atender à demanda européia.
O relatório afirma que, para suprir a crescente demanda, a UE vai ter que importar biocombustíveis de cana-de-açúcar e óleo de dendê de países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.
A corrida das grandes empresas e governos na Indonésia, Brasil, Tanzânia e Malásia para pegar um pedaço do "bolo de biocombustível europeu" ameaça os pequenos fazendeiros, afirma o relatório.
Isso poderia acabar com o meio de vida deles, levar à exploração dos trabalhadores e afetar a produção de alimentos e seus preços, segundo a Oxfam.
O documento fala ainda das condições de trabalho "indecentes" nesses países, e cita o Brasil, onde, segundo a Oxfam, "as condições de trabalho nas plantações podem ser horríveis".
"Trabalhadores em plantações de cana-de-açúcar no Brasil recebem de acordo com o volume cortado - eles chegam a ganhar pouco mais de um dólar por tonelada cortada.
Esse sistema de pagamento por tarefa discrimina sistematicamente as mulheres, que geralmente não conseguem cortar o mesmo volume que os homens."
"Existem trabalhadores que vivem em condições subumanas, sem acesso a água limpa, e são forçados a comprar seus alimentos e medicamentos nas próprias plantações em que trabalham, a preços mais altos.
Em alguns casos, a acumulação crescente de "vales" faz com que os trabalhadores assumam dívidas que os mantêm presos nesses locais em regime de trabalho escravo", descreve o relatório.
A Ong agora pede que a UE reveja sua política de biocombustíveis e ofereça garantias para proteger os pobres.
A Comissão Européia afirma que está trabalhando para garantir que a política não seja um "tiro pela culatra".
O analista de meio ambiente da BBC, Roger Harrabin, disse que também há temores em relação ao custo ambiental de se produzir biocombustível de culturas como a do milho, por exemplo.
Cientistas disseram que gasta-se tanta energia na produção de alguns biocombustíveis que seria mais "limpo" continuar usando gasolina nos carros.
Para piorar as coisas, diz ele, florestas tropicais estão sendo derrubadas para abrir caminho para as plantações.
"Na briga para fornecer biocombustíveis para a UE e o resto do mundo, os pobres estão sendo esmagados", disse o conselheiro de políticas da Oxfam, Robert Bailey.
"As propostas da UE vão exacerbar o problema. É inaceitável que os pobres nos países em desenvolvimento arquem com os custos de tentativas questionáveis de cortar as emissões de gás carbônico na Europa."
"Biocombustíveis não são uma panacéia. Mesmo se a UE conseguir alcançar a meta dos 10% de maneira sustentável, e a Oxfam duvida que consiga, isso vai diminuir as emissões em uma pequena porcentagem, de um total que continua crescendo", concluiu.

10/27/07

Planeta TERRA - Mais uma vez os biocombustíveis !

Brasil - Etanol é ameaça ao cerrado, afirma relatório da ONU.
Um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Programa de Meio Ambiente da ONU afirma que o cultivo de lavouras para a produção de etanol representa uma ameaça à biodiversidade do cerrado brasileiro.
Segundo o relatório Panorama do Meio Ambiente Global, "o Brasil espera dobrar a produção de etanol, um biocombustível 'moderno', nas próximas duas décadas".
"Para produzir matéria-prima vegetal suficiente para alcançar esses objetivos, a área cultivada está crescendo rapidamente", acrescenta o documento. "O crescimento das fazendas coloca em risco regiões ecológicas inteiras, como o cerrado."
Em outra parte do documento, a ONU diz que "com o possível aumento da exportação de etanol de países como o Brasil para a Europa, os Estados Unidos e o Japão, está aumentando a preocupação quanto à sustentabilidade de uma produção de biomassa em larga escala".
De acordo com o relatório, esse temor se deve principalmente "ao fato de a terra disponível, além das reservas de biodiversidade, ter que ser dividida para diversos usos, como a produção de alimentos e de vegetais para a produção de energia".
O relatório, de 572 páginas, traça um cenário abrangente das mudanças no meio ambiente desde 1987 e detalha problemas que afetam a água, a atmosfera, a terra e a biodiversidade da Terra.
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Amazônia
A situação do Brasil é destaque em vários pontos do relatório, que analisa o programa de biocombustíveis do país, as mudanças no uso da terra nos últimos anos e o gerenciamento sustentável de florestas.
Embora destaque como aspecto positivo a exploração sustentável da floresta por pequenos proprietários de terra da Amazônia, usado como "parâmetro para políticas de desenvolvimento e financiamento de iniciativas semelhantes de gerenciamento de recursos naturais", o relatório diz que o Brasil ainda enfrenta o problema do desmatamento.
"Cerca de 66% da perda global de florestas, entre 2000 e 2005, ocorreu na América Latina, região que possui 23% da cobertura mundial", diz o documento. "A América do Sul sofreu a maior devastação líquida (quase 43 mil km²/ano), da qual 73% ocorreu no Brasil."
"O desflorestamento na região é responsável por cerca de 48,3% das emissões globais de CO2 relacionadas ao uso da terra, com quase metade disso vindo do desflorestamento no Brasil, particularmente na Bacia Amazônica", acrescenta o texto.
O relatório da ONU também destaca o problema da degradação da terra no Brasil e aponta situações "preocupantes" no sudeste do país e nos pampas.
O cultivo extensivo de certas lavouras também é citado com uma ameaça à diversidade do planeta. Um exemplo usado pelo relatório do programa de Meio Ambiente da ONU é o aumento das áreas destinadas ao plantio de soja no Brasil.
In - BBCBrasil.com - 25 de outubro, 2007

9/04/07

Moçambique - Alimentos ou biocombustível ???

Corrida aos biocombustíveis compromete segurança alimentar.
(Maputo) A corrida para a produção de biocombustíveis no País, pode comprometer a segurança alimentar e nutricional(SAN)no sector familiar.
Segundo um técnico do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) que nos falou na condição de anonimato, “a produção de biocombustíveis vai complicar mais a SAN no País, porque se actualmente os agricultores do sector familiar não conseguem produzir o suficiente para garantir a SAN, o que vai acontecer se deixarem de produzir comida e plantarem Jatropha por exemplo?”, indagou.
A nossa fonte disse que a campanha de plantio da Jatropha lançada pelo governo no ano transacto, já está a reflectir-se em alguns distritos, pois muitos camponeses do sector familiar, reduziram a produção de alimentos e envolveram-se no plantio da Jatropha e actualmente regista-se a insuficiência de alimentos e a falta de mercado para a Jatropha.
“O plantio da Jatropha devia ser em projectos localizados, devia se excluir o sector familiar porque as populações reduziram a produção de alimentos. O camponês, primeiro, tem que produzir comida para si próprio”. A nossa fonte disse ainda que ao nível do Ministério da Agricultura (MINAG) houve debates acesos em relação ao plantio da Jatropha, porque enquanto os técnicos do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) e do IIAM
alertavam para a necessidade de não se envolver o sector familiar na produção da Jatropha o Governo defendia o contrário, “nós alertamos, porque a Jatropha ainda não tem mercado, mas o Ministro disse que independentemente do que der e vier, devia se envolver o sector familiar porque essas são as orientações superiores”.
Segundo dados do SETSAN, a prevalência da insegurança alimentar em Moçambique é de 34 porcento dos agregados familiares, onde 20,3 porcento são classificados como altamente vulneráveis, sendo que a vulnerabilidade à insegurança alimentar é mais saliente na zona norte do País, particularmente nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete.
Recorde-se que durante a sua presidência aberta no presente ano, o Presidente da República, Armando Guebuza, disse ter ficado impressionado com o plantio Jatropha no País. No ano passado, Guebuza liderou pessoalmente a campanha da promoção do cultivo desta planta.
(Daniel Maposse)-MediaFAX 03.09.07
Mais sobre o tema aqui

8/30/07

Renovação das fontes de energia - Biocombustíveis.

Estão na moda.
Muito se fala, confabula em todos os níveis intelectuais e até nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Apontam-se com imensos benefícios e poucas contra-indicações.
Apresentam-se como a salvação do planeta, milagreiros na geração de empregos, incentivadores do mundo industrial, preponderantes na gestão do aquecimento global.
Eufóricos, governantes viram arautos entusiasmados destas novas fontes de energia.
Justificam até a volta da energia nuclear e passam por cima do terrível acidente de Chernobil ocorrido dia 26 de abril de 1986 na Ucrânia.
Moçambique não foge a este emergente e entusiasmado fenómeno globalizado.
Entretanto, não esqueçamos por favor os aspectos ecológicos consequentes, ressaltados por ambientalistas conscientes.
Consciência é o mínimo que se exige.
Nossos filhos e netos agradecem, pois é este o único planeta que lhes deixaremos.
Jaime
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Transcrevo:
Biocombustíveis são boa alternativa, mas têm desvantagens. São considerados substituto ideal do petróleo, seja nos aspectos econômico, ambiental e de política energética. Ambientalistas advertem, no entanto, para aspectos ecológicos destas alternativas.
Os combustíveis de biomassa estão na moda e o mercado vive um verdadeiro boom. Desde 1º de janeiro deste ano, por exemplo, eles estão sendo misturados aos combustíveis convencionais nos postos de gasolina da Alemanha. Dos atuais 5%, a cota de biocombustível misturado ao combustível convencional aumentará para 8% em 2015.
Na América Latina, Ásia, Austrália e Europa, cultivam-se especialmente para este fim cada vez mais plantas ricas em energia, como a cana-de-açúcar, milho, trigo e colza. Também os Estados Unidos pretendem reduzir a dependência do petróleo e de gás do exterior, usando biocombustíveis. Além do aspecto econômico, acredita-se que tragam mais benefícios ao meio ambiente. Isto, no entanto, é controverso.
Imke Lübbeke, especialista em energia do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), adverte que matérias-primas renováveis não necessariamente trazem vantagens ecológicas.
Pulmão verde x biomassa?
A queima dos biocombustíveis libera menos dióxido de carbono (CO²) do que a queima de combustíveis fósseis. Isso foi confirmado num balanço feito pelo Instituto de Pesquisas de Energia e Meio Ambiente (IFEU) de Heidelberg.
Mesmo assim, o WWF, a Associação de Proteção da Natureza e organizações ambientalistas da América Latina advertem para os perigos da rápida expansão do cultivo de biomassa. No Brasil, Indonésia e Malásia as florestas estão sendo derrubadas para ceder espaço a novas áreas de cultivo.
As queimadas empregadas para derrubar as matas causam exorbitantes emissões de gás carbônico, o que só aumenta o efeito estufa. Além disso, um canavial, por exemplo, não consegue armazenar tanto CO² quanto a floresta tropical que foi derrubada para lhe ceder lugar.
Produção ecológica?
Imke Lübbeke acha bom que a União Européia pretenda aumentar seus incentivos para a produção de biocombustível. "Só temos de tomar cuidado para que esta produção também seja positiva para o meio ambiente. De nada adianta sacrificar áreas naturais importantes ou ameaçar a proteção do solo e da água com o cultivo de colza ou beterrabas de açúcar", diz Lübbeke.
Os ambientalistas advertem que o cultivo em larga escala pode levar à extinção de muitas espécies de plantas porque esta forma de plantio altera as propriedades do solo. Por outro lado, o WWF e o instituto de Heidelberg concordam que o uso de biomassa para produzir energia e calor seria positivo para o meio ambiente, pois ainda existem muitas usinas de carvão especialmente poluentes.
"A questão é sempre questionar que tipos de energia podem ser substituídos pela bioenergia. E neste caso é melhor substituir o que produz mais gás carbônico", explica Nils Rettenmaier, do IFEU.
Por Vera Möller-Holtkamp (rw) - DW-Worl.DE Deutsche Welle